Revolta da Armada: o que foi, contexto histórico, causas e consequências
A Revolta da Armada foi um movimento de rebelião ocorrido em 1893 e liderado por algumas unidades da Marinha Brasileira contra o governo do presidente Floriano Peixoto.
![]() Revolta da Armada, 1893
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O que foi
A Revolta da Armada foi um movimento liderado por setores da Marinha do Brasil contra o governo de Floriano Peixoto entre 1893 e 1894, motivado pela insatisfação com sua permanência no poder sem convocação de novas eleições, resultando em combates navais e repressão por forças governistas.
Principais causas da Revolta da Armada:
- Interesses, divergências e disputas entre grupos políticos no começo da República Velha;
- Após a renúncia do presidente Deodoro da Fonseca em 1891, ao assumir, Floriano Peixoto destituiu todos os governadores que apoiavam Deodoro. Este fato gerou divergências políticas;
- Alguns grupos militares, principalmente da Marinha, eram contrários a ascensão política de civis, promovida pelo governo de Floriano Peixoto;
- Pouco prestígio político, no âmbito federal, da Marinha em relação ao Exército;
- Os militares revoltosos da Marinha contestavam a legalidade do governo Floriano, pois a Constituição dizia que o vice-presidente só poderia assumir o cargo após dois anos de mandato do presidente. Como a renúncia de Deodoro aconteceu antes de dois anos de mandato, os revoltosos contestaram a legalidade constitucional do governo Floriano;
Líderes da revolta:
- Almirante Custódio de Melo
- Almirante Luiz Filipe Saldanha da Gama
Participantes do movimento:
- Oficiais da Marinha Brasileira.
- Jovens integrantes da Marinha.
- Pessoas que defendiam o regime monarquista e que estavam insatisfeitas com o fim da Monarquia.
Principais objetivos:
- Os revoltosos eram contrários às mudanças políticas patrocinadas por Floriano Peixoto;
- Convocação dos eleitores para eleições que pudessem escolher novos governadores;
- Os revoltosos queriam a manutenção dos militares no poder.
Principais acontecimentos e como terminou
Em 13 de setembro de 1893, navios de guerra da Marinha, em posse de militares integrantes da revolta, bombardearam a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. O governo Floriano não cedeu, organizou o Exército e resistiu à revolta. A defesa do litoral impediu o desembarque dos revoltosos.
Após muitos conflitos armados, o governo debelou a rebelião em março de 1894.
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Encouraçado os fortes do Rio de Janeiro durante a Revolta da Armada. |
Consequências:
- Repressão governamental: o governo de Floriano Peixoto reagiu com força, reprimindo os revoltosos e consolidando sua autoridade.
- Fortalecimento do Exército: a vitória sobre a Marinha reforçou o papel do Exército como principal sustentáculo do governo republicano.
- Enfraquecimento da Marinha: aderrota reduziu o prestígio da Marinha do Brasil, limitando sua influência política nas décadas seguintes.
- Exílio e perseguições: muitos oficiais da Marinha envolvidos na revolta foram presos, exilados ou destituídos de seus cargos.
- Consolidação da República: a repressão bem-sucedida ajudou a consolidar o regime republicano, enfraquecendo movimentos monarquistas e opositores ao governo.
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Atualizado em 01/02/2025
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:
- FERREIRA, Olavo Leonel. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1986.
- NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil República – da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2016.