Cabanada: o que foi, contexto histórico, causas e consequências

A Cabanada (1832-1835) foi um movimento de resistência popular em Pernambuco, Alagoas e Ceará, liderado por camadas pobres e monarquistas que se opunham à abdicação de D. Pedro I e às mudanças promovidas pelo governo regencial.

Cabanada: revolta popular iniciada em 1832
Cabanada: revolta popular iniciada em 1832

 

O que foi

 

A Cabanada, também conhecida como Guerra dos Cabanos, foi uma revolta popular ocorrida entre 1832 e 1835 em Pernambuco e Alagoas. Teve como principal objetivo a restituição do poder do imperador D. Pedro I, que havia abdicado em 1831.

 

Os cabanos, compostos principalmente por índios e escravos foragidos, foram liderados por Vicente de Paula. Viviam nas florestas, na divisa entre Pernambuco e Alagoas. Foram chamados de cabanos pelas tropas oficiais, pois viviam em cabanas às margens de rios da região.

 

Contexto Histórico

 

A Cabanada ocorreu no período regencial do Brasil (1831-1840), um momento de instabilidade política e social após a abdicação de D. Pedro I. Com a saída do imperador, o país foi governado por regentes, o que gerou insatisfação entre setores monarquistas e populações marginalizadas, especialmente no Norte e Nordeste. A crise econômica, o aumento da desigualdade e as dificuldades enfrentadas pelas camadas populares fortaleceram o movimento, que foi composto majoritariamente por camponeses, indígenas e escravizados fugidos. A revolta refletia a resistência dessas populações às reformas centralizadoras do governo regencial e ao domínio das elites locais, resultando em confrontos violentos antes de ser reprimida pelas forças oficiais.

 

 

Principais causas da Cabanada:

 

- Os cabanos defendiam a volta de D. Pedro I ao poder.

 

- Defendiam suas terras nas florestas, que constantemente eram invadidas por proprietários rurais e comerciantes de madeiras.

 

 

Fim

 

Em 1835, forças militares dos governos da região (cerca de 4 mil soldados) foram enviados ao local onde estavam os cabanos. Centenas de revoltosos foram presos e alguns mortos em combate. Lavouras e residências (cabanas) foram queimadas e destruídas.

 

O líder Vicente de Paula conseguiu fugir. Os revoltosos que haviam sido presos foram anistiados.



Consequências principais:

 

- Repressão violenta: o movimento foi duramente combatido pelas forças do governo regencial, resultando em numerosas mortes e prisões.


- Manutenção da ordem regencial: a derrota dos cabanos consolidou o controle do governo central sobre a região, evitando novas tentativas de restauração monárquica.


- Marginalização das camadas populares: a população pobre, composta por camponeses, indígenas e escravizados fugidos, permaneceu excluída das decisões políticas e sociais.


- Fortalecimento das elites locais: a repressão ao movimento reforçou o poder dos grandes proprietários de terra e comerciantes aliados ao governo.


- Enfraquecimento do absolutismo no Brasil: a derrota dos monarquistas da Cabanada demonstrou a consolidação do modelo político liberal defendido pelo governo regencial.

 

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Atualizado em 07/02/2025


Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).


 

Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:

 

CAMPOS, Raymundo. História do Brasil. São Paulo: Editora Atual, 1991.

BARBEIRO, Heródoto. História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1978.

Almanaque Abril 2015. São Paulo: Editora Abril, 2015.

 

Bibliografia indicada sobre o tema:

 

ANDRADE, Manuel Correia de. A Guerra dos Cabanos. Recife: Editora da UFPE, 1999.



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