Conjuração Baiana: o que foi, resumo, causas, objetivos e consequências

A Conjuração Baiana foi uma revolta social que ocorreu na Bahia no final do século XVIII.

Praça da Piedade em Salvador
Praça da Piedade em Salvador

 

O que foi

 

Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular, que ocorreu na Bahia em 1798. Recebeu uma importante influência dos ideais iluministas da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade. 

 

As causas principais foram:

 

• Insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais, entre eles os alimentos. Além disso, muitas pessoas reclamavam da carência de determinados alimentos.

 

• A Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos estimularam o desejo de liberdade e igualdade entre os povos colonizados, incluindo a população da Bahia.

 

• As ideias de liberdade, igualdade e fraternidade, divulgadas pelos filósofos iluministas, encontraram eco entre os conjurados baianos,

 

• Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários setores da sociedade baiana. 

 

Principais objetivos:

 

• Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal.


• Defendiam a implantação da República.

 

• Queriam liberdade comercial no mercado interno e também no comércio exterior.

 

• Desejavam liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto, eram amplamente favoráveis à abolição dos privilégios sociais e da escravidão.

 

• Reivindicavam aumento de salários para os soldados. 

 

Os líderes da revolta

 

• Um dos principais líderes foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano Barata. 

 

• Outra importante liderança, que atuou muito na divulgação das ideias do movimento, foi o soldado Luís Gonzaga das Virgens. 

 

• Também tiveram grande participação no movimento: os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento. 



Quem participou

 

O movimento contou com a participação de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, alguns soldados, escravos e ex-escravos. 



Como foi a revolta

 

A revolta estava marcada, porém, um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o movimento para o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria. 

 

O governo baiano organizou as forças militares para acabar com o movimento, antes que a revolta ocorresse.



Consequências:

 

• Vários revoltosos foram presos. Muitos foram expulsos do Brasil, porém quatro foram executados na Praça da Piedade em Salvador.

 

• Após a Conjuração, a Coroa Portuguesa intensificou a vigilância e o controle sobre a colônia, buscando prevenir novas revoltas.

 

• Apesar da repressão, a Conjuração Baiana marcou o crescimento das aspirações pela independência do Brasil, com a defesa de ideias republicanas e abolicionistas.

 

 

Conclusão

 

A Conjuração Baiana de 1798 foi um marco no processo de formação da identidade brasileira e na luta pela independência. Embora rapidamente reprimida, a revolta foi uma das primeiras manifestações populares na colônia a defender ideais republicanos e abolicionistas, sinalizando a existência de uma resistência ao domínio português.


Este movimento contribuiu para a construção de um sentimento de identidade nacional, à medida que cidadãos de diferentes classes e etnias se uniram em torno de um objetivo comum. A revolta também instigou um debate duradouro sobre reformas sociais, notavelmente a abolição da escravatura e a busca por igualdade social.


Além disso, a Conjuração Baiana serviu como inspiração para outros movimentos de resistência e luta pela independência no século XIX. Portanto, apesar da repressão imediata, a Conjuração Baiana deixou um legado duradouro que impactou profundamente a trajetória da história brasileira.



Você sabia?

 

A Conjuração Baiana é também chamada de Revolta dos Alfaiates, pois muitos destes profissionais participaram do movimento.

 




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Artigo publicado em 29/01/06  e atualizado em 31/07/2023
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).


 

Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:

 

- PILETTI, Nelson. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1990.

- SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil – Colônia, Império e República. São Paulo: Moderna, 2000.

 

Bibliografia Indicada:

A Conjuração Baiana (Coleção o Cotidiano da História)
Autor: Tavares, Luis Henrique Dias
Editora: Ática 



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